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A hipnose através do tempo – Parte 1/3 - Do Egito a Mesmer

  • Andréia Riberio
  • 19 de set. de 2019
  • 3 min de leitura

A hipnose é um assunto que, para muitos, vem cercado de misticismo e magia. Muitos ainda entendem a técnica como um tabu e algo pouco conhecido. Ao fazer um estudo histórico, entretanto, podemos perceber que técnicas de hipnose já estavam presentes no Egito antigo e eram utilizadas para diversos tratamentos. Faremos aqui um breve resumo sobre o uso da hipnose e sua evolução.

O surgimento da hipnose está intimamente ligado a 2 distúrbios: Histeria e possessão demoníaca. Os primeiros relatos de histeria são observados no Egito antigo, onde acreditava-se se tratar de um mal originado a partir de um movimento do útero, portanto direcionado especificamente a mulheres, tendo como principais sintomas o absoluto descontrole emocional e convulsões, o tratamento aceito era a fumigação. Já os gregos acreditavam que a cura para tal distúrbio seria a gravidez.

A teoria central de associação entre o ventre e a histeria se manteve até a idade média, porém as causas do distúrbio do ventre foram descartadas, a partir daí o tratamento passou a ser feito por meio de orações, o que favoreceu a crença das possessões demoníacas. Grandes nomes da época fortaleciam tal teoria, como o médico Jan Batiste van Helmont e o padre Johann Joseph Gassner, especialista em exorcismos. Suas técnicas tinham muitas características semelhantes com a hipnose moderna.

Vale ressaltar que, atualmente, a histeria não é mais uma desordem reconhecida no campo médico.

No sécumo XVIII, durante o Iluminismo, possessões demoníacas e outras teorias sobrenaturais deixaram de ser utilizadas, dando lugar ao magnetismo animal, de Franz Anton Mesmer (1734-1815). Suas técnicas eram marcadas por seu perfil extravagante, regadas a recursos teatrais, como a varinha magnética. Mesmer acreditava em um fluido magnético que envolvia todo o universo e que, quando em desordem, causava doenças nervosas. A cura, portanto, se daria por meio do equilíbrio desse fluido, com a técnica de mesmerismo, que consistia no uso de imãs e outros materiais magnetizados, que eram aplicados no corpo do paciente, gerando convulsões sugestionadas (marca do mesmerismo) que inclusive, podiam ter a localização controlada por Mesmer por meio do toque.

A ideia do transe hipnótico foi trazida mais tarde por Marquês de Puységur, um dos discípulos de Mesmer que, ao aplicar a técnica do Mesmerismo e magnetismo sem sugestões, observou que durante o processo, o paciente parecia entrar em estado de sono, e à medida que os mesmeristas se interessavam pelo que eles chamavam de sonambulismo artificial, a crise convulsiva gradualmente desapareceu, dando lugar ao sonambulismo.

Mesmer se tornava mais conhecido, promovendo a cura à diversos pacientes, o que acabou por que chamar a atenção do governo, que em 1784, lançou uma vasta investigação em torno de seu trabalho, a fim de comprovar ou refutar suas teorias.

As investigações concluíram que os efeitos do mesmerismo estavam ligados à imaginação e à crença dos pacientes, e não ao procedimento em si, portanto o mesmerismo deixou de ser reconhecido como tratamento, caindo em declínio.

A partir deste ponto a hipnose moderna começa a nascer e se desenvolver, veja a parte 2 da história da hipnose.

Frisamos que todos os fatos históricos em torno da hipnose contribuíram para a neurociência moderna, o conjunto de crenças e hipóteses construíram métodos científicos, trazendo a hipnose para a luz da ciência, sem deixar de lado as motivações, seja religiosa, de energia ou cósmica, sempre respeitando seus fins benéficos, mesmo que os meios tenham gerado alguma controversa.

 
 
 

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